terça-feira, julho 31

Odeio a disciplina de Português. Também, quem haveria de gostar de ouvir falar de poetas líricos mortos há 5 séculos, poetas modernos drogados e doidos como a merda, ou escritores que nem pontuação sabem utilizar? Gente doida, só pode...
Mas admito que até gosto de escrever. Ás vezes. Bem... depende de muita coisa. Porque para escrever merdinhas como faço neste meu blog, é na boa. Escrevo sobre o que me apetece, quando me apetece, e posso dizer a merda que quiser, pouca gente o lê, e quem o lê é só gente fixe kkkkkkkkkk.

"E estás aqui a falar disto porquê?"
Porque quando é para escrever coisas importantes do tipo um teste, não me vem nada à cabeça, o que é bastante irritante. Fod***, mas porquê? Porque é que quando chega aquela hora de mostrar à stora os meus "super-mega-dotes" de lingua portuguesa (que, vamos lá dizer a verdade, são um bocado escassos na maior parte das vezes) a minha imaginação desaparece. E as minhas ótimas ortografia e caligrafia também nunca as encontro nos testes, mas essas nunca as cheguei a encontrar nem fora de testes, admito que sempre fui noob. Mas agora a criatividade é uma puta, que só me aparece após aquele momento em que a stora toca na folha de teste para a recolher.

E aposto não sou só eu! Por toda a parte encontro eu mega textos no facebook todos lindos e lamechas, cheios de inspiração. Mas nunca lhes vejo 20's nos testes e exames. E eu compreendo...


As cenas que escrevo aqui nem sempre ficam péssimas, e ficam sempre super grandes (porque tenho alguma coisa para escrever, ao contrário dos testes)...
No primeiro trabalho de casa que a minha professora de Portugues mandou, ela adorou, e foi lê-lo para toda a gente da escola (porque foi trabalho de casa, não conta para nada, a minha pessoa até que fez um bom trabalho. Genious.)

A minha conclusão foi: só esrevemos bem sobre coisas que gostamos/sabemos/queremos escrever. Mas nunca nos dão cenas de jeito para escrever em testes -.- Se precisar-mos mesmo de escrever e o tema não for o melhor é uma bela mer**. Gosto muito de escrever sobre pessoas gordas e feias que falama mal de pessoas fordas e feias, mas quando toda a escrever sobre a importancia da literatura "ora fod****!", lá se vai o bicho da criatividade embora.
 


Exame de merda -.-
Nunca mais quero ver Português à frente!

ENFIM...

segunda-feira, fevereiro 13

Speechless

Mais um mega desabafo... Vou tentar fazê-lo pequeno.

Não sei se é só a mim... Talvez seja.
Ás vezes quero conversar com alguém, dizer uma coisa, qualquer coisa, tipo... conversar. E começo a pensar em coisas "inteligentes" para dizer. Podia falar de milhares de coisas! Mas, só me vêm merdinh** sem jeito à cabeça. --' Por isso penso "mais vale ficares calada". Só depois me lembro que não devia ter estado calada, devia ter falado enquanto tive oportunidade. Porque só depois de ter tido a oportunidade de falar, quando já nem interessa, é que me lembro de todas as mais de mil coisas "inteligentes" que deveria ter dito antes.

Opááá...
É que com pessoas que já conheço bem, sei que posso dizer todas as barbaridades que me vierem à cabeça. Poderia até chegar ao pé de alguém e dizer "cocó, xixi, peido", e eles riam-se. Já me conhecem, sabem como sou. Ser estranha de vez em quando é normal, vá.

Depois há aqueles que nem conheço, mas falo na boa. Porquê? Porque não me interessa o que pensam de mim. Nesses não diria "cocó" ou "xixi", obviamente não sou assim tão estranha, mas FALO. E digo o que me vem à cabeça, mesmo que de vez enquando me saia coisas parvas da boca, não me interessa. Não é que as pessoas não interessem ou que não goste delas, eu apenas não me interesso se pensam bem ou mal do que digo. Não quero saber.

No final, sobram as outras pessoas: aquelas pessoas raras com quem queres ter uma conversa inteligente, mas não tens, porque quando estás ao pé delas não te sai nada inteligente. Por isso ficas calada. A mim eu nem sei, se calhar ficam a pensar que sou boé tímida, ou que não me apetece falar com elas, ou que sou uma anhucas que não diz o que pensa - NÃO É NADA DISSO... Eu apenas não sei o que dizer. Se soubesse dizia, MAS NÃO SEI! Eu quero conversar, mas não dá, não me sai nada.

Y U NO TALK?!



Enfim...

segunda-feira, fevereiro 6

You are a Weirdo indeed


I like weirdos.
Já tinha referido isto antes num post ("Enfim, são opiniões") mas volto a referir: "Eu não gosto do normal. Odeio normal. Prefiro o anormal." Enfim, não gosto de pessoas que se regem completamente segundo os "standards" de hoje em dia. Principalmente porque esses "standards" têm vindo a tornar-se cada vez mais ridículos. Hoje em dia para uma pessoa ser vista como normal, ela terá de:
- sair à noite quase todos os fins de semana (principalmente para discotecas);
- não estudar (porque se estudares és um geek);
- ter uma foto no facebook com duckface (opcional);
- vestir roupa da bershka;
- ouvir as mesmas músicas que todos os outros ouvem;
- gostar de conviver com todo o tipo de pessoas;
- por estados no facebook a contar a todo o mundo das suas bebedeiras (porque quem não bebe não é normal);
- morrer de amores por cada gajo que apresente estas mesma características; e por fim
- não escrever cenas estúpidas e desabafos (tipo estes) num blog.

I'm a weirdo... Mas se sou weirdo porque não me encaixo nestes padrões, então I'm glad I'm a weirdo. Prefiro ir ao café do que a discotecas, e rara é a roupa da bershka que compro, e prefiro estudar e acabar o ano com boa média do que não fazer nada... Para além disso uso óculos à geek, e gorros enormes, e umas botas que mais parecem umas pantufas (mas shame on you bitchs, porque são boé quentes  muahaha), e descobri que gosto de costura (tipo, fazer calções e assim ahahahah), desenho mais do que normal, e adoro design gráfico digital (ou seja, sou um pouco geek dos computadores), mando piadas estúpidas, consigo (e adoro) gastar  tardes inteiras a tocar guitarra no meu quarto (o que muita gente acha pouco normal, apesar de eu não achar), adoro música que a maior parte das pessoas nunca sequer ouviu falar, adoro filmes e séries mais do que devia e adoro saber o nome dos actores, e por fim, mas não menos importante, escrevo posts enormes destes cheios de desabafos sem jeito nenhum, num blog cujo título se relaciona com "bolachas"...

Weirdooooooo... Mas estou bem como estou, e não vou deixar de ser uma creep. Pessoas (supostamente) normais há muitas, e ser normal é uma seca :)

Mas o que eu realmente queria dizer é:
Somos todos weirdos. Todos. (Eu então sou uma major)
A única diferença é que uns escondem o facto de serem estranhos melhor do que outros. Acho que toda a gente tem os seus momentos de weirdo. Toda a gente tem aqueles momentos em que está no meio de montes de gente e parece não encaixar com aquelas pessoas. E toda a gente diz alguma coisa e depois deseja não ter dito aquilo. E aqueles dias em que só apetece passar o dia sem dizer nada. E toda a gente tem aqueles momentos em que só te apetece dançar feita parva... Ou se calhar isso sou só eu, não sei kkkkkkk (a)

E quando olhas para uma pessoa que parece completamente normal, ela provavelmente não o é. No fundo. no fundo, ela curte de matemática mais do que devia, mas não admite... Aposto...
 
Não é que odeie as pessoas que compram roupa na bershka e não estudam e assim, nada disso. Nada disso mesmo! Mas prefiro uma pessoa que goste de ir ao café, do que uma pessoa que vai todas as semana para discotecas. Really.
Prefiro os weirdos que não têm vergonha de dizer "eu sou um weirdo", esses sim são uns bacanos :)

Mas bem:
Se todos nós lá no fundo somos weirdos, então ser weirdo é normal. Logo uma pessoa que "pareça normal" é apenas mais um weirdo que já aprendeu a agir como todos os outros que já sabem agir normalmente (ou qualquer coisa assim, não sei se me faç entender).

Mas enfim, nesta sociedade agir normal é normal. Logo ser weirdo não é normal...
Mas vê desta maneira: se és um weirdo, ao menos és special. So fucking special.
Ou seja, por muito bons que sejam, os Radiohead estão errados ;)

Enfim...
Clown, maybe you're a weirdo... Just like me :)

"Oh canecas minhas, lindas cadeiras onde me sento. Hup-lá! Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô!"

Poucos aqueles que entendem o título... Enfim...

Qualquer pessoa que já tenha passado pelo 12º ano, ou que esteja a passar por ele neste momento (como eu), me compreende de certeza: aquele Fernando Pessoa não era gente pura.
 
<-- Estou a falar desta personagem à minha esquerda.

Só o facto de ele possuir mais Fernandinhos na cabecinha dele já deveria acabar com as dúvidas de que havia qualquer coisa de errado com o rapaz mas enfim, por algum motivo os professores de português não o vêem como nós. Provavelmente porque já não têm de estudar para aqueles testes em que temos de analisar os poemas do raio do gaiato.




Em primeiro lugar (e vou já começar pela melhor pior parte) vem a grande "Ode Triunfal" de Álvaro de Campos. Para quem não sabe ou não se lembra (e eu não vos culpo nem julgo, porque sei que daqui a uns tenros meses depois dos exames também me irei esquecer), Álvaro de Campos é um dos heterónimos do Nando, ou seja, uma das muitas pessoas imaginárias que existiam na cabeça do pobre coitado do rapaz. E a "Ode Triunfal", para quem não sabe (ou lembra) foi uma das grandes obras deste autor imaginário que era o Álvaro. E foi uma obra de modernismo e futurismo. "Quão futurista?" perguntais vós. Passo a explicar:

"(...)
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!

Eu podia morrer triturado por um motor
Com o sentimento de deliciosa entrega duma mulher possuída.
Atirem-me para dentro das fornalhas!
Metam-me debaixo dos comboios!
Espanquem-me a bordo de navios!
Masoquismo através de maquinismos!
Sadismo de não sei quê moderno e eu e barulho!  


Eh-lá, eh-lá, eh-lá, catedrais!
Deixai-me partir a cabeça de encontro às vossas esquinas,
E ser levantado da rua cheio de sangue
Sem ninguém saber quem eu sou!

Giro dentro das hélices de todos os navios.
Eia! eia-hô eia!
Eia! sou o calor mecânico e a electricidade!
Eia! e os rails e as casas de máquinas e a Europa!
Eia e hurrah por mim-tudo e tudo, máquinas a trabalhar, eia!
Galgar com tudo por cima de tudo! Hup-lá!
Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá!
Hé-lá! He-hô Ho-o-o-o-o!
Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!

Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!

Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)"


What. The. Fuck? o.O
Afinal penso que não é necessária explicação. Facilmente se percebe o tipo de homem que era o indivíduo. O problema é que este excerto é uma pequena parte do poema todo. São 240 versos... 240 versos de masoquismo e futurismo e mecânica e loucura e ópio. 240 versos de "grandiloquêncis", "exaltação épica", "ritmo esfuziante", "anáforas", "apóstrofes repetidas", "neologismos ", " grafismos inovadores", etc etc

SIM, porque segundo os professores e as pessoas que estudam esses poemas lindos, quando o homem escrevia cenas destas ele pretendia mesmo fazer todas aquelas "anóforas" e "aliterações" e "antíteses" feito doido. Tipo, nada foi ao acaso. Obviamente. Ele lá se lembrava e pensava "ah, vou por aqui uma aliteração para expressar a minha dor de pensar. Decerto que as pessoas entendem logo. Tipoooo, vou repetir a mesma letra durante uma frase porque assim parece que estou angustiado. Genial."
Yaaaaaaaaaa, tipooooooooo, de certeza. É tudo o que tenho a dizer: DE CERTEZA que foi tudo de propósito.

Se fosse eu a escrever cenas do tipo "Galgar com tudo por cima de tudo! Hup-lá! Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô. ZZZZZZZZZZ. Atirem-me para dentro das fornalhas! MATEM-ME CARALHO", internavam-me. Se eu escrevesse isto num composição de português provavelmente era expulsa... expulsa da aula, da escola e de casa. Provavelmente a minha família nem me deixaria manter o meu nome para não os envergonhar. Ficaria sem amigos, tipo forever alone, e acabava com o Nando: alcoólica e cheia de pessoas na cabeça. Oh tristes vidas... 

Eu sei, eu sei, este poema pode parecer coisa do diabo mas aos olhos dos nossos caramelos que são os professores isto é arte de um génio. E nós temos de interpretar o que ia na cabeça do "puto FP" quando escrevia. Porque quando ele diz que quer dormir, na verdade quer morrer, e quando fala sobre cadeiras quer na verdade falar de canecas mas não lhe apetece falar de canecas por isso fala de cadeiras como se as cadeiras fossem canecas. Porque de alguma maneira quando lemos algo do tipo:
"Oh canecas minhas, lindas cadeiras onde me sento"
- temos de associar esta mer** à "nostalgia de infância" e à "fragmentação do eu". E já que estamos com as mãos na massa, ainda nos pedem para associar aquilo à "dor de pensar" que te lixas.

Mas este é apenas um dos seus mais de mil poemas igualmente perturbadores. Agora um de outro amigo do Pessoa, o Alberto Caeiro (Berto para os amigos) que começa assim:
"O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o tejo não é o rio que corre pela minha aldeia,

O Tejo tem grande navios... " etc etc...
 E só memso para confirmar a pouca sanidade do indivíduo que era o Nandinho, o Berto também conhece o Álvaro. Aliás, eles falavam um com o outro... na cabeça no Fernando. E isto é pouco. Todas estas personagens têm data de nascimento e morte e uma vida. Estas pessoas, que não existiram, têm data de nascimento.
Mas o pior... o pior é que toda a gente sabe que o homem era alcoólico, e toda a gente sabe que ele curtia muito de ópio, e que ele tinha montes de amigos imaginários, e que o homem era doido. Mesmo assim, temos de o gramar, e estudar, e analisar. Oh fod**** --'




Isto é que eu e muitas outras pessoas têm de enfrentar todas as semanas até ao final deste ano. Este é o nosso tormento! 
FdP, como eu te odeio...
 
VALETE FRATRES!